uma tese 'enxuta' pode ser inteligente?
não quero confundir o processo de pesquisa com a escrita
📌 o que tem aqui: "concisão é confiança, extensão é medo". planos de uma tese objetiva e destaques da leitura do livro Smart Brevity.
+ CONVITE
vamos discutir um clássico da metodologia em comunicação juntos?
vou fazer uma sessão online de debate no sábado (21). detalhes no final da edição.
🧵 o ponto
há tempos, tenho o compromisso de escrever uma tese ‘enxuta’. já fiz algumas versões de um sumário comentado e sempre imponho um limite de páginas por seção. sim, hoje o foco vai mais para a forma do que para o conteúdo.
como fazer uma tese que seja lida, não é papo de vaidade útil e que fomente discussões sem bater ~umas 500 páginas?
de onde saiu essa preocupação? múltiplos estímulos, como:
inquietação sobre o lugar do texto jornalístico e como é possível adaptá-lo (mantendo impacto) à realidade de uma sociedade tão acelerada, treinada para reagir aos estímulos rápidos do vício “das telas dos azuis mais do que azuis". essas são perguntas de milhões de bitcoins, eu sei. também sei que o texto jornalístico e o acadêmico tem suas especificidade.
li Brevidade Inteligente, livro que ganhou recentemente versão PT-BR e apresenta o conceito autoexplicativo por trás da Axios, inclusive com reflexos na produção brasileira como a adesão do Núcleo Jornalismo, a campanha do Poder360 cujo slogan é “Síntese inteligente, sem abreviação”, além de clara inspiração de algumas produções dos portais g1 e Uol.
ressoa aqui a proposta de “escrita comunicacional”. trata-se de uma militância da professora Marialva Barbosa (UFRJ) que estimula a criatividade – conectada com aspectos metodológicos – na produção de saberes da nossa área da comunicação. algo como um modo próprio de compartilhar nossos resultados. dá para entender melhor nesta live.
tem conexão com uma declaração da professora Malu Fontes (UFBA) que ‘viralizou’ na minha bolha. ela falou para uma rádio aqui de Salvador sobre como a lógica das redes apequena o jornalismo.
cobri para a Associação Baiana de Imprensa um excelente debate sobre "tradução" e popularização do conhecimento através da startup Wakanda Educação (com menção até na Forbes).
na mesma página
dadas as fontes, algumas preocupações e pontos de observação que escrevo para guiar o meu processo na construção do relatório final que vem a ser a tese.
não confundir o processo com o produto. em tenho lido alguns trabalhos que eu não quero repetir. são trabalhos finais que os autores parecem querer dividir tanto o percurso que, parece, cansam-se e não entregam resultados, associações, posicionamento com o tema. nem tudo o que eu leio ou nem todos os movimentos de pesquisa precisam, acredito, compor o texto final.
documentos internos. eu tenho produzido documentos de registro que tenho chamado de “dossiês” justamente para não me perder nessa divisão entre processo e produto. os dossiês funcionam como "tudo o que eu sei ou li sobre", os capítulos, como um subproduto editado e final desses textos internos, devem produzir o que o meu leitor precisa saber e o que reforça meus argumentos.
preciso pensar em outras formas de comunicar os processos, mais participações em eventos e a própria /minuta tem essa função.
graças aos ‘apertos de mente’ de fechamentos de impresso eu não sofro de bloqueio criativo. portanto, não gosto da ideia de me afobar para escrever, preferindo escrever quando já tenho de fato um avanço. apesar disso… "já está escrevendo?". sempre perguntam isso a doutorandos e mestrandos. preocupa-me essa supervalorização da escrita.
manter o foco nas questões de pesquisa para ter um texto ‘enxuto’.
⭐⭐⭐⭐
o livro: boas provocações, mas beira 'marketing digital'
tem boas provocações e argumentações quase irrefutáveis sobre não adiantar espernear: os cenários de consumo rápido de informações e constante concorrência entre mídias exigem posturas diferentes. as soluções nem sempre parecem exequíveis. está claro que uma boa edição e concisão de qualidade demandam mais tempo (é mais fácil quando se tem uma startup com 150 profissionais, como a Axios). e, sim, jornalistas precisam fazer maior esforço no sentido da edição. inclusive, é um livro 'passivo-agressivo' com jornalistas. a leitura vez ou outra parece influencer querendo vender curso. os exemplos são eficientes.
📑 livro vale pelo porquê e pelo como fazem.
🖍️ anotei e reuni destaques do livro - você pode solicitar acesso
NO QUE ESTOU TRABALHANDO
🗃️ estou elaborando o dossiê (como mencionado acima) sobre comunidade interpretativa. estou reunindo o que sei sobre o tema que é central na minha pesquisa. um resultado desse processo é esta tabela que organizei para a comunicação que apresentei no I Seminário de Metodologias em Ciências Sociais (SMCS).
🔌 Um capítulo de livro que escrevi sobre paywall em situações de crise foi citado em um artigo de Natália Huf (PPGJOR/UFSC) para o site do grupo de pesquisa objETHOS | “Quem pode ler as notícias sobre a tragédia no Rio Grande do Sul?”
📅 ENCONTRO PARA DEBATER LIVRO
o quê: meet para discutir modelo metodológico do livro Pesquisa em Comunicação (1990), da Maria Immacolata Vassallo de Lopes.
quando: sábado, 21/outubro (10h - 12h30)
como: deixa nome + e-mail neste formulário que lhe mando o link
quanto: grátis
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📤 PRÓXIMA EDIÇÃO
o que vi no SMCS, evento lá de São Lázaro - UFBA.
Gosto muito da sua ideia de tese enxuta, objetiva. Certeza que vem aí mais um trabalho seu como referência